A partir das 9h (horário de Brasília) desta quinta-feira, 4 de setembro, o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, será julgado pela Primeira Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD).
Ele é acusado de manipulação de resultados por supostamente, ter forçado um cartão amarelo em uma partida contra o Santos em 2023 para beneficiar apostadores.
Segundo comunicado oficial do STJD, o atleta pode receber até dois anos e 24 partidas de suspensão, além de uma multa que pode chegar a R$ 200 mil. Durante investigações da Polícia Federal (PF), foram encontradas mensagens em que Bruno Henrique avisou ao irmão, Wander Nunes Pinto Junior, que levaria o cartão amarelo propositalmente contra o Santos.
Com essa informação privilegiada, Wander teria feito palpites certeiros no cartão em plataformas de apostas. O STJD afirma que o irmão do atacante também beneficiou amigos avisando que a punição aconteceria.
Além de Bruno Henrique e Wander, mais três pessoas foram denunciadas pela procuradoria do STJD: Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Andryl Sales Nascimento dos Reis e Douglas Ribeiro Pina Barcelos (todos amigos de Wander).
A procuradoria pede que as penas sejam ampliadas em âmbito internacional, seguindo o Código Disciplinar da FIFA 2025. Se isso acontecer, uma suspensão impediria Bruno Henrique de jogar não apenas no Brasil, mas em todos os países membros da FIFA.
O julgamento será transmitido em tempo real pelo YouTube do STJD.
Outro lado
Bruno Henrique nega a acusação de manipulação de resultados. Em novembro de 2024, o jogador afirmou a jornalistas que é inocente e expressou sua confiança na justiça para esclarecer o caso, conforme publicou o ge.
“Sim [sou inocente]. Recebi [a operação] de uma forma agressiva. Não esperava da forma que foi, mas eu acredito na justiça lá de cima. Deus é um cara que sempre sabe. Minha vida, minha trajetória, desde quando eu comecei a jogar futebol. Deus sempre foi comigo. E, cara, eu estou tranquilo em relação a isso. As pessoas que estão aí nessa batalha comigo, eu só peço que a justiça seja feita e separar fora de campo com dentro de campo,” disse o atleta em entrevista ao programa Troca de Passes, do Sportv.
Alguns meses depois, em abril deste ano, a defesa do atacante se manifestou oficialmente após o jogador ser indiciado pela Polícia Federal. Em nota assinada pelo advogado Ricardo Pieri Nunes, o atleta negou qualquer envolvimento com práticas ilícitas relacionadas a apostas.
De acordo com a nota, publicada pela TNT Esportes, Bruno Henrique “nunca esteve envolvido em esquemas de apostas” e tem posição crítica em relação ao setor. A defesa também contesta a forma como as informações estão sendo divulgadas à imprensa.
Leia a nota na íntegra:
“O atleta Bruno Henrique é conhecido e respeitado por sua simplicidade e comprometimento com o esporte. Nunca esteve envolvido em esquemas de apostas. Pelo contrário, acredita que o negócio de apostas deveria sofrer cada vez mais restrições pelas autoridades. As distorções que estão sendo causadas pela interpretação e divulgação indevida de mensagens privadas, fora de contexto, serão esclarecidas no curso do processo. O atleta confia que o Poder Judiciário oportunamente corrigirá a injustiça que está sendo cometida.”